sábado, 25 de julho de 2009
LUTA PELA VIDA.
Um fotografo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bifida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autentica proeza médica, nunca imaginou que a sua maquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.
Enquanto Paul Harris cobria, na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, Estados Unidos, o que considerou uma das boas notícias no desenvolvimento deste tipo cirurgias, captou o momento em que o bebé tirou a sua mão pequenina do interior do útero da mãe, tentando segurar um dos dedos do médico que o estava a operar.
A foto espectacular foi publicada por vários jornais dos Estados Unidos e a sua repercussão cruzou o mundo até chegar a Irlanda, onde se tornou uma das mais fortes bandeiras contra a legalização do aborto.
A pequena mão que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander, cujo nascimento deverá ter ocorrido no passado dia 28 de Dezembro (no dia da foto ele tinha 3 meses de gestação). Quando pensamos bem nisto, a foto é ainda mais que eloquente. A vida do bebé está literalmente presa por um fio.
Os especialistas sabiam que não conseguiriam mante-lo vivo fora do útero materno e que deveriam trata-lo lá dentro, corrigindo a anomalia fatal e voltar a fechar o útero para que o bebé continuasse o seu crescimento normalmente.
Por tudo isso, a imagem foi considerada como uma das fotografias médicas mais importantes dos últimos tempos e uma recordação de uma das operações mais extraordinárias registadas no mundo.
A história que está por dentro da imagem é ainda mais impressionante, pois reflecte a luta e a experiência passada por um casal que decidiu esgotar todas as possibilidades, até ao último recurso, para salvar a vida do seu primeiro filho.
Essa é a odisseia de Julie e Alex Arms, que moram na Georgia, Estados Unidos.
Eles lutaram durante muito tempo para terem um bebé.
Julie, enfermeira de 27 anos de idade, sofreu dois abortos antes de ficar gravida do pequeno Samuel. Porem, quando, completou 14 semanas de gestação, começou a sofrer caimbras fortes e uma ecografia mostrou quais as razoes dessas dores. Quando foi revelada a forma do cérebro e a posição do bebé no útero, o teste comprovou problemas sérios. O cérebro de Samuel estava mal-formado e a espinha dorsal também mostrou anomalias.
O diagnóstico, como já era esperado, foi de que o bebé sofria de espinha bifida e eles poderiam decidir entre um aborto ou um filho com sérias incapacidades.
De acordo com Alex, 28 anos, engenheiro aeronáutico, eles sentiram-se destruídos pelas notícias mas, pela profunda fé que tem, o aborto nunca seria uma opção. Antes de se deixar ir abaixo, o casal decidiu procurar uma solução pelos seus próprios meios e ambos começaram a pedir ajuda pela Internet. A mãe de Julie encontrou uma página que trazia detalhes de uma cirurgia fetal experimental desenvolvida por uma equipa da Universidade de Vanderbilt. Deste modo, eles entraram em contacto com o Dr. Joseph Bruner (cujo dedo Samuel segura na foto) e começou uma corrida contra o tempo.
Uma espinha dorsal bífida pode levar a danos cerebrais, gerar paralisias diversas e até mesmo uma incapacidade total. Porém, quando pode ser corrigido antes de o bebé nascer, são muitas as hipóteses de cura.
Apesar do grande risco derivado do facto de o bebé ainda não poder nascer naquele momento, os Arms decidiram recomendá-lo a Deus. A operação foi um sucesso. Durante a cirurgia, os médicos puderam tratar o bebé, cujo tamanho
não era maior que o de um porquinho da índia - sem o tirarem do interior do útero materno - fechando a abertura originada pela deformação e proteger a coluna vertebral de modo a que os sinais vitais nervosos pudessem ir agora para o cérebro.
Agora, o Samuel tornou-se no paciente mais jovem que já foi submetido a este tipo de intervenção e, o bem possível que, já fora do útero da mãe, que Samuel Alexander Arms aperte novamente a mão do Dr. Bruner.
A apresentadora de televisão Justine McCarthy disse que o impossível não se comover com a imagem poderosa desta mão pequenina que segura o dedo de um cirurgião e nos faz pensar em como uma mão pode salvar vidas.
Disse também que esta imagem é talvez o argumento mais forte que ela conhece contra o aborto.
( Texto tirado da Associação Portuguesa da Famílias Numerosas ).
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